quinta-feira, novembro 30, 2006

 

O Perfume

Desde sempre me questiono sobre a responsabilidade de quem nos envolve na pessoa que acabamos por ser. Será que podemos desresponsabilizar uma pessoa por ter maus comportamentos, quando toda a sua vida sofreu com os maus comportamentos de outros?

No caso do livro e do filme (aproveito para dizer que está excelente, tal e qual o livro), desenvolveu-se um monstro a partir de uma série de vivências com pessoas que o não respeitavam. Será que uma pessoa que nunca conheceu o amor, poderá senti-lo?

Eu acredito nas pessoas, que é possível mudar e que o amor consegue milagres, mas pergunto-me se, de facto, podemos criar um espaço bom num coração repleto de elementos maus. Talvez a minha experiência não ajude, porque não se pode ajudar quem não quer ajudado.

Entretanto, resolvi concentrar-me no porquê de eu querer amar quem não pode ser amado e descobri que esta vontade de reparar se prende com uma necessidade de valorização pessoal muito grande. Segui as sugestões de quem bem sabe e decidi permitir-me ser feliz, embora saiba que os outros elementos também se incluem, mas a possibilidade e o amor correspondido são os ingredientes que trazem esperança, letra fundamental quando se quer escrever para sempre.

A que conclusão chego? Que não vale a pena debruçar-me sobre situações sem solução, a não ser que queira que o meu esforço seja inglório, mas continuo a ter uma grande capacidade de persistência, quando a chama brilha, nem que seja fraca, nem que esteja longe. E, neste caso, o esforço acaba por compensar.

domingo, novembro 26, 2006

 

Famílias...

Há muito tempo atrás, um grande amigo deu-me um ensinamento que nunca mais esqueci. Acho que estou a vê-lo, no seu jeito filosófico, explicar-me que família é um dos valores mais importantes do ser humano. Há quem diga que os familiares não se escolhem e, se pensarmos bem, é uma verdade que não é pertinente. É na família que nascemos, crescemos, aprendemos e, se assim o decidirmos, vivemos, até morrer - há quem acredite também que na descendência permanecemos vivos. É algo incontestavelmente importante para nós; evolui e nós acompanhamos, interagimos e modificamos o seu curso. As memórias que temos, os acontecimentos fulcrais, as festas e as tristezas, a partilha, os sentimentos... estão imbuídos da nossa família e nós também lhes pertencemos. Convém, portanto, compreender a enormidade da família que nos pertence e pensar no modo como viver essas relações.

Não posso, como é claro, menosprezar o lugar dos amigos e, tenho em crer, são eles que perfumam o ar respiro, me aquecem quando tenho frio e me acompanham em, mais ou menos, tudo o que faço. Para mim, conhecer uma pessoa e fazer crescer uma amizade é das actividades mais agradáveis que conheço. Ao contrário da família, que conhecemos durante toda a nossa vida (mesmo do tio que está na Austrália vimos fotografias de quando era pequeno e ouvimos as suas tropelias!), com os amigos temos a oportunidade de começar do zero a conhecer uma pessoa. Depois, à medida que conhecemos a pessoa, vamos aprendendo verdades ligeiramente diferentes da nossa, modos de vida e rotinas que não imaginávamos. E nós também crescemos com esse contacto e mudamos de acordo com a relação. Dou por mim a ser completamente diferente em termos de estilo, de linguagem e mesmo de temperamento, de acordo com a pessoa com quem estou e, ainda por cima, agrada-me imenso. Faz-me sentir completa! Para mim, como uma explosão gera energia, assim o acto de criar um amigo gera prazer.

Existe uma sub-espécie de categoria: é a daquelas pessoas de quem gostamos tanto, que até queremos levar a fazer parte da nossa família. Não sou pessoa de levar muitas pessoas a conhecer os meus familiares. Tenho uma certa necessidade de protecção, até porque tenho uma família porreira e não quero provocar grandes distúrbios. Talvez também porque sou egoísta e quero guardar as coisas boas todas só para mim. Ou seja, para dar alguém a conhecer à minha família, tem de ser muito íntimo para ter contacto com essa (minha, minha, minha) realidade.

Concluíndo, se formos afortunados, vemos a nossa vida enriquecida e repleta de outras vidas, com características e funções completamente distintas. Gosto disto, faz-me elaborar o meu próprio diagrama como pessoa.

Obrigada!

quinta-feira, novembro 16, 2006

 

Vem comigo...


sexta-feira, novembro 03, 2006

 

Conselhos

Hoje é mesmo só um pequeno grande apontamento:

Quando falávamos de não ser positivo darmos conselhos em consulta porque quando o fazemos ficamos responsáveis pelas acções do outro... não é verdade. Nós procuramos e valorizamos os conselhos que nós queremos e uma opinião externa é tanto mais válida quanto mais justifica o nosso próprio desejo. Devemos talvez focar-nos no desejo e no que o provoca e não externalizar a culpa em palavras que, "só por acaso, forçaram os nossos actos".

Obrigada pelos conselhos. Eu sei que também procuro o que quero ouvir, mas é importante que exista alguém que o diga.

E o grande apontamento vem já de seguida:



Parabéns, Carisma!!!


quinta-feira, novembro 02, 2006

 

Os Filhos do Homem

Sempre achei que o riso de uma criança é um dos melhores prazeres da vida, vê-las brincar e correr, mesmo a fazer birras! São pequenos seres humanos que estão a aprender, a crescer e que têm todas as possibilidades à sua frente. Cabe-nos a nós fazer com que tenham condições para se tornarem jovens e adultos saudáveis e felizes.

Neste momento, encontro-me rodeada de bebés e de crianças, por causa do curso, pelos filhos dos meus amigos e pelo meu sobrinho e isso faz-me desejar muito ter um papel mais interventivo junto destas pequenas maravilhas. Já para não falar em preparar a minha vida para me permitir fazer brotar os meus próprios rebentos.

Algumas pessoas têm o objectivo de construir obra: profissão, património, arte. Eu gostaria de ter um impacto positivo na vida das pessoas, não sendo fundamental a fama ou o proveito monetário.

Hoje apercebi-me da necessidade de fazer algo que perdure no tempo, que mude o futuro para melhor. É aqui que entra «Os Filhos do Homem», porque se não existir futuro, metade dos nossos actos perdem o sentido. É um tema que se torna cada vez mais frequente nas minhas reflexões.

Então, depois de falar em viajar, ter novas experiências, agora penso em estabelecer o meu espaço e em construir o futuro. E parece-me que isto acaba por ser muito semelhante ao relatório de estágio, vou organizando mais ou menos na minha cabeça, definindo os capítulos, fazendo uma espinha dorsal e depois os diversos elementos vão-se encaixando. Só espero que o produto seja um pouco menos atabalhoado, que o consiga levar com mais calma e ponderação - é que nisto, espero mesmo é ter um 20.

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