Reflexões

Acho que dispensa mais palavras. Tudo de bom para ti!

Estranho também esse amor,
com hora marcada para a mutilação
da morte, o minuto acertado,
e o fim consultando o relógio
para nos golpear.

Estranho esse amor de agora,
com meu amado atrás de um espelho baço
onde às vezes penso divisar seu vulto
como num aquário.
Enrolado em silêncio,
mais que nunca o meu amor comanda a minha vida.

Lya Luft

Nunca expliquei o motivo, porque me pareceu óbvio, mas o meu primeiro blog nasceu de uma necessidade de dar a conhecer a minha realidade de uma forma mais alargada a quem me rodeia. Também sempre gostei de escrever e algumas pessoas espicaçaram o meu interesse e o meu bichinho, de modo que começou a ser importante para mim fazê-lo.

Gosto de usar a minha experiência e os meus sentimentos, partilhar com os outros, quem sabe alguém possa aprender comigo. É também uma forma de escape, um modo de dizer aos outros o que sinto. Já recebi críticas por fazê-lo de uma forma velada, mas revelo apenas o que considero essencial.

Se escolho dar-me a conhecer, tenho de ter poder de encaixe para as reacções e estas existem também para dar-me outros pontos de vista. Mais uma vez, obrigada a todos quantos lêem, comentam publicamente ou de forma privada este blog. É um cantinho pequeno, para os amigos e, como na presença, os amigos são aqueles que nos dizem o que não queremos ouvir, que nos dão alento quando estamos em baixo e que nos dão nas orelhas quando precisamos. Ajudam-me a encontrar-me.

Que venha, quem vier por bem e, se for possível fomentar uma saudável troca de ideias, sinto-me ainda mais realizada, porque é como se convidasse os meus amigos para minha casa e participassemos numa conversa animada.

Realmente, soubeste bem a quem contavas a história dos mocassins. Mas eu sou lenta e insisto, insisto...

Não vale a pena, porque a verdade é mesmo que "O amor não causa sofrimento". O amor permite-nos não ver, não falar com uma pessoa e ainda assim senti-la e ter energia positiva para enviar-lhe. E há mesmo pessoas que amamos melhor à distância. Se isso não acontece, se eu não sinto isso, não é amor.

O egoísmo, a paixão, o desejo, a necessidade e tantas outras circunstâncias podem ser confundidas por amor, mas se eu amar alguém e sentir que a minha presença lhe causa sofrimento, afastar-me-ei. Tal como na parábola de Salomão, em que a verdadeira mãe preferiu separar-se do seu filho a vê-lo morto, também prefiro ver feliz alguém que amo, ainda que para tanto, tenha de separar-me dessa pessoa. E ficarei feliz ao saber que essa pessoa está feliz.

Quero amar tudo e todas as coisas.